outubro 07, 2010

Ainda me deixam falar!!!!

Discutir política é tropeçar nos tapetes das más línguas, estar sujeita à cusparadas ao desprezo e sair estropiada as vezes. Pois, sou lenta, o argumento só vem depois que o debate se encerrou.
Só ruminando muito constato que fui vítima de silogismo barato, o raciocínio que achata diferenças, diversidades é o seguinte: se dirigentes do PT, membros do governo ou aliados cometem atos de corrupção, todo petista é corrupto assim como seus simpatizantes. Como me enquadro na categoria de simpatizante logo sou corrupta. Dizem “lamento muito você é a favor da bandidagem!”.
Não sou não, mas não discuto caso de polícia seja sobre os filhos de Erenice seja sobre o goleiro Bruno porque pra isso existe polícia e justiça, e não posso julgar com as informações que estão disponíveis. Por outro lado, não quero ocupar a posição de juiz de quem quer que seja.
Se evoca o plano epistemológico mas se mantém a discussão no plano de valores. A moral é colocada acima do projeto ou ações governamentais. O projeto e a gestão se “sujam” e você que concorda com projeto, com a gestão e se o defende é ingênua, e se você diz que se vive num momento democrático, pelo menos no momento da escolha e do voto, você não só é ingênuo, é crédulo também. Ridículo de fato. Só não me atribuem a pecha de má fé porque sou boazinha, eu acho! Porque vivo do meu emprego ou tiveram pena de mim porque sou crédula, uma coitada. E só me faltaria essa.
Não façamos confusão com momento democrático em que você exerce o direito democrático do voto com período de governo e as ações legislativas (não só do executivo) quando injunções e lobbies de toda natureza intervém. Aqueles que financiam campanhas provavelmente cobram seu troco, certamente da maioria de deputados e de senadores, que representam agro-negócio, corporações, setores corporativos.
Acho imoral e hipócrita o deslocamento da discussão de programas e projetos para o país estritamente para a questão moral. Afinal política não se exerce especificamente neste âmbito infelizmente, em praticamente nenhum governo do Brasil e do mundo.
Na discussão um sujeito usou uma tática retórica de redução do adversário colocando-se na posição superior, como se ocupasse alguma posição relevante. Primeiro atacou minha moral: sou a favor da bandidagem, depois subestimou minha capacidade de discernimento: sou ingênua; depois veio para o meu campo e me atribuiu erro epistemológico. Cometo erro epistemológico por que me coloco contra o neoliberalismo. A diversidade de pensamento também se dá na ciência política ou não? Ciência política não é estritamente um problema de conhecimento porém de sabedoria, de bom senso, política por sua vez um problema de crença, de simpatia e de afeto.
Simplesmente me afeta alguém supor porque algum espírito de porco pisou feio na bola tenho que jogar fora todo um projeto político e aderir à força ao retrocesso democrático.
Sei que apenas um passo curto foi dado mas ele é concreto. Não é autonomia aceder ao mercado????, milhares acessaram o mercado, a chamada classe c, milhares tem luz elétrica nas regiões rurais, mais milhares entraram em universidade públicas e em escolas técnicas, mais milhares conseguiram empregos, muitos pequenos conseguem exportar seus produtos coisa que gente muito grande conseguia antes. A periferia faz cinema, teatro, fotografia, publica livros. A periferia conta suas próprias histórias não precisa de intermediários, intelectuais e artistas consagrados para isso. Enfim, não sucumbimos a crise como países europeus e os Eua, muito se deve a criatividade da ex ministra da Casa Civil, candidata a presidente do Brasil: a criação do PAC e Minha Casa Minha Vida. Projeto este útil no momento de crise mas que na minha humilde opinião deve ser retotejado às diretrizes pensadas pelo Ministério das Cidades e a redemocratização da questão da habitação, ou seja deve-se reduzir o peso decisório do mercado neste setor.
Posso até romper um dia essa minha simpatia política, pois perdão também cansa de perdoar, mas daí a dar munição para o outro lado,,, tenho que caducar antes que isso aconteça.
Bom Dilma!