março 12, 2014

Comer, ato revolucionário? | Blog coletivo Outras Palavras

Comer, ato revolucionário? | Blog coletivo Outras Palavras



Refletir sobre o que nos alimenta pode nos levar a rebeldias como
reforma agrária, mercados de agricultores, jardins operários, “slow
food”, permacultura e agricultura florestal



Por Satish Kumar | Tradução Josemar Vidal Jr., editor de Tautologia Total


A comida é um microcosmo de um macrocosmo. Comer alimentos
apropriados é parte da solução de problemas como as mudanças climáticas e
a fome no mundo. Na tradição cristã, festejar no Natal e jejuar na
Quaresma são símbolos significantes da relação estreita entre as pessoas
e os alimentos, entre liberdade e comedimento, entre celebração e
solitude.


Mas festejar e jejuar não são opostos: são complementares. Quando nós
praticamos a liberdade de um banquete e somos pessoas habituadas à
pratica do jejum, muito provavelmente vamos aproveitar a festa sem
abusos.Jejuar é uma grande habilidade.
Quando, no romance de Herman Hesse, a bela cortesã Ka­mala pergunta a
Siddhartha quais eram as suas qualidades para conquistar o seu amor,
Siddhartha responde: “Pensar, esperar, jejuar”. Infelizmente, no mundo
moderno, muitos de nós não sabem como esperar, como jejuar, ou, ainda,
como banquetear.


Nós vivemos no mundo da comida congelada, junk food e pratos
prontos. Esse é o mundo da produção em massa, dos empacotados e das
redes de comercialização de alimentos. Esse é o mundo onde os
conhecimentos e as técnicas de produzir comida foram esquecidos, e a
arte de cozinhar é desvalorizada; onde o prazer de preparar as refeições
em companhia é diminuído. Nós perdemos o controle das origens dos
alimentos. Muitos não sabem dizer poucas palavras sobre como a comida é
semeada, distribuída, tarifada, ou mesmo como é preparada.


O acesso à comida deveria ser um direito fundamental do ser humano, o
alimento é um presente da natureza a todos. Alimentar as pessoas e
todos os seres vivos é algo intrínseco à vida, à existência, mas,
infelizmente, a comida tornou-se produto comercial e já não esta
disponível à todos igualmente. O objetivo primeiro dos que trabalham com
negócios alimentícios é fazer dinheiro, alimentar as pessoas se tornou
algo secundário. Não admira vermos múltiplas crises, tais como o
crescimento do custo dos alimentos, crescimento da obesidade, junto à
malnutrição e fome.


O grande desafio com o qual precisamos nos deparar é percebermos o
principal objetivo dos sistemas alimentares, que é suster a vida. A
principal responsabilidade dos governos e dos homens de negócios é
desenvolver políticas e práticas que atendam às necessidades alimentares
de todos, em todo o mundo, ao mesmo tempo em que garantam a integridade
e a sustentabilidade do planeta terra em si.


Cultivar, preparar e comer boa comida é um imperativo ecológico, e,
como Thomas Morus muito bem pontua, a comida é mais do que apenas o
combustível para o corpo; ela é fonte para a nossa nutrição espiritual,
social, cultural e física.


As pessoas perguntam: “O que eu posso fazer para combater o
aquecimento global, a degradação ambiental e as injustiças sociais?” A
resposta dada por Thomas Morus e outros escritores é: “Vamos começar
pela comida: vamos comer alimentos locais, orgânicos, sazonais e
deliciosos. Vamos lidar com os alimentos com as nossas próprias mãos, e
não deixar a sua produção apenas nas mãos das corporações.”


O ato de comer o alimento apropriado é parte da solução dos problemas
de aquecimento global e fome. A comida é um microcosmo de um
macrocosmo. Quando nós observamos as movimentações econômicas por trás
dos alimentos vemos imediatamente a influência das corporações
multinacionais, que transformam comida em produto, onde, da engenharia
genética das sementes ao cultivo, o controle passou do homem do campo e
dos agricultores para administradores e engenheiros. Se nos preocupamos
com a agricultura industrial, agronegócio, terras cultiváveis, erosão do
solo, crueldade com os animais, fast foodsfatty (gordurosas) foods, ou ainda, “não-foods“,
temos que olhar para o nosso prato e o que esta nele. A comida em nossa
dispensa e na nossa cozinha esta conectada com as mudanças climáticas,
com a pobreza, bem como com a nossa própria saúde.


Uma reflexão profunda sobre o que comemos pode nos levar à reforma agrária, mercados de agricultores, Jardins OperáriosSlow Food, comida artesanal, permacultura,
agricultura florestal e muito mais. Nós devemos transformar nossa
relação com a comida como um primeiro passo em direção às transformações
sociais, econômicas e políticas. O pessoal e o político são dois lados
da mesma moeda, nós não podemos manifestar um sem o outro. Quando nós
começamos no plano pessoal e caminhamos em direção ao político, então há
integridade no que falamos, fazemos e pedimos para que os outros façam.
É claro que não podemos parar na vida pessoal. Nós precismos nos
comunicar, organizar e construir um movimento popular que pressione
governos e empresas a efetuarem mudanças.


Será que estamos prontos pra “por a mão na terra”? Temos tempo para
assar nosso próprio pão e compartilhar nossas refeições em companhias
agradáveis? Se nós não temos tempo para cozinhar e comer adequadamente,
então nós não temos tempo para viver. Como Molière disse: “É boa comida,
não boas palavras que me mantem vivo”.




*Satish Kumar é fundador e diretor do Instituo Schumacher e reconhecido como um pilar da militância pacifista.

março 03, 2014

Cerrar los Ojos, Lisandro Aristimuño en el jardín...

Te vi

Te vi juntabas margaritas del mantel
Yo se que te trate bastante mal
No se si eras un angel o un rubi o simplemente te vi
Te vi saliste entre la gente a saludar
Los astros se rieron otra vez
La llave de mandala se quebró
O simplemente te vi
Todo lo que vi está demás
Las luces siempre encienden en el alma
Y cuando me pierdo en la ciudad
Vos ya sabes comprender
Que es solo un rato no más
Tendría que llorar
O salir a matar
Te vi te vi te vi
Yo no buscaba a nadie y te vi
Te vi fumabas unos chinos en madrid
Hay cosas que te ayudan a vivir
No hacias otra cosa que escribir
Yo simplemente te vi
Me fui
Me voy de ves en cuando
A algun lugar
Ya se no te hace gracia este país
Tenias un vestido y un amor
Yo simplemente te vi
Todo lo que digas esta de mas
Todas las luyces encienden en alma
Y cuando me pierdo
En la ciudad
Vos ya sabes comprender
Que solo un rato no más
Tendría que llorar
O salir a matar
Te vi te vi te vi
Yo no buscaba a nadie y te vi
Te vi te vi te vi
Yo no buscaba a nadie y te vi!!
Esta es la primera letra que subo
Asique mis disculpas a los fanaticos
x favor corrijanla