dezembro 19, 2007

Ruby Tuesday lyrics

She would never say where she came from
Yesterday don't matter if it's gone
While the sun is bright or in the darkkest night
No one knows, she comes and goes
Goodbye, Ruby Tuesday
Who could hang a name on you
When you change with ev'ry new day
Still I'm gonna miss you
Don't question why she needs to be so free
She'll tell you it's the only way to be
She just can't be chained to a life where nothing's gained
And nothing's lost, at such a cost
Goodbye, Ruby Tuesday
Who could hang a name on you
When you change with ev'ry new day
Still I'm gonna miss you
"There's no time to lose", I hear her say
Cash your dreams before they slip away
Dying all the time lose your dreams and you
Will lose your mind, ain't life unkind?
Goodbye, Ruby Tuesday
Who could hang a name on you
When you change with ev'ry new day
Still I'm gonna miss you
(...)
(outra dos Rolling Stones, esta é de 1966,
está na trilha sonora do filme Filhos da esperança)

outubro 15, 2007

agosto 29, 2007

A monster Whisperin' in my ear

"You better leave your lights on 'Cause there's a monster
Livin' under my bed Whisperin' in my ear" Santana, Everlast
O que as crianças não sabem é que os monstros que elas temem crescem com elas, dentro delas, na medida em que suas roupas ficam pequenas e os caminhos dos corredores estreitam-se e encurtam.
Primeiro eles tomam conta da parte de dentro depois do corpo inteiro, primeiro os olhos arregalados e o pânico, a boca seca. Eles saem pelo cabelo e pele, às vezes pela voz.
Depois se encerram as danças, não se ouve som de música. Finalmente, desaprendem-se os passos que custaram horas de ensaio. Dores acometem as articulações.
O mundo roda menos em torno de si mesmo. Translações breves, os anos passam mais rápidos. Acelera-se em direção à superfície. Outra face menos bela, menos risonha descende a mais nova, menos cabelo mais preocupações, tarefas, mais areia menos caçamba, atropelos. O Rio Esquecimento embaralha as lembranças.
Inimigos entram em fila, amigos ficam no caminho. Solidão todo mundo tem. Multidões desconhecidas cruzam seu caminho estranhas, donas de si, porém sem a festa prometida do "carro alegre cheio do povo contente", eles não tem nomes ou palavras de ordem. As multidões são sábias, como foram os namorados que foram embora mas ficaram, nos deixaram em paz e filhos, seguiram seus rumos, trajetos sábios. Um filho é um abraço certo...
Consultas médicas, florais,acupuntura, ouvindo gemidos de outros pelas paredes finas, sua imensa tristeza. Evita-se seguir ou dar conselhos. Não julgar é dificil. Há algo de bom em ser feia, ombro a ombro, face a face, é legítimo este olhar que você vê. Este corpo é o que fiz com a vida. Não tolero a incerteza, o mais certo é que “os caminhos se bifurcam” e que uma estrada não vai lugar nenhum se não caminharmos nela. Não titubeio, nada dói ou obstrui, quase tudo flui como palavras nervosas e os fluídos. O éter, pneuma, Hermes, os anjos. Menos viagens, mundo pequeno, mais devires...
Meu monstro é carne e unha com outros feios...

agosto 27, 2007

de trevas e luzes eu tenho experiência

Certa vez numa palestra no Congresso Brasileiro dos Arquitetos, em 1990, o arquiteto e professor baiano Pasqualino disse algo assim:
"Se diz muito por ai que se quer ver a luz no fim do túnel" , ele completa então "Pois eu quero enxergar no escuro". Contei esta história para uns malucos de pedra e um deles me saiu com essa: "Que escuro que nada, eu só vejo luz".



agosto 25, 2007

saudade em ritmo de samba

Letra Mestre Ambrósio
"Não tenho mais a saudade, Não sinto mais essa dor ! Meu coração hoje mora Na casa de um vencedor, Onde se habita beleza Não chora flor ! Em solo firme e sentimento Construí feliz morada, Na base em pedra erguí tijolo, Qual liga em aço, fiz cimento ! Pra não seguir no sofrimento Instruí minha jornada, Nem fiz na areia, como um tolo, Abrigo frágil pro tormento !Nem vendaval, nem tempestade Vão abalar ou sequer incomodar Onde alegria fez um lar Sempre em festa, como esta, E hoje, pra comemorar O doce enterro da saudade ! Não tenho mais ..."

agosto 23, 2007

Lembre-se de esquecer

Lembre-se de esquecer...Kant

Presos na vida, como galhos num rio















Ilusão de sonhar acordado…
Cilios como as limusines.
A tua bela face, querida…
Uma lágrima no copo de vinho.
Olha esses olhos grandes,
Vê o que significas para mim.
Sweet cakes and milkshakes…
Sou um anjo de ilusões,
Sou um desfile de fantasias.

Quero que saibas o que penso..

Não quero que adivinhes mais.


Não tens ideia de onde venho.
Não temos ideia de para onde vamos…
Presos na vida, como galhos num rio…
Descendo com a corrente, presos pela corrente.
Eu levo-te, tu a mim…Podia ser assim…
Não me conheces …Não me conheces já?

Do filme “Before sunrise”

agosto 20, 2007

as duas histórias

Não tenho [nenhuma, que fique claro] saudades do amores antigos, só um talvez,,, por que ele ficou devendo, incompleto. Mas tenho saudades dos amores gorados, dos que não deram certo, dos desencontros, dos que ficaram no ar...
Na verdade, só tenho tempo para ter saudades domingo,,,
Na verdade, acho que ouvi muito, muita música melosa brasileira muito bolero, muito the fevers, muito roberto carlos, muita bossa nova, maysa era minha musa pode? e eu só tinha doze anos, depois, ainda, veio o clube da esquina, e o ira, ouvi o ira demais... acreditei no amor e ele não veio. promessa não cumprida da minha mãe: "cedo ou tarde o amor vem" vou tatuar isso num lugar secreto... batizar um bicho novo com esse nome.
domingo é dia de filme de amor, "nosso amor no passado" ou conversations with other woman,,, muito factível...

a idéia de duas histórias do filme, por outro lado, quase sempre só sei meuponto de vista da história...

agosto 18, 2007

Ser êmico ou ser fágico?

Inútil lutar para ser outro, para estar com o outro, inútil lançar pontes de palavras que chegam estilhaçadas ao outro, por que ele as filtra, penera, mesmo quando diz: ouvi, mesmo quando diz: entendi... A linguagem é o tempo todo tradução, inútil querer ser compreendido, inútil querer compreender... Antes abraçar ou ser abraçado, enlaçado, devorado [se devorado é cansativo] antes talvez seja boa a solidão, melhor ainda, o silêncio ou a companhia dos bichos, pois só querem o calor de outro corpo junto ao seu. Esta, a linguagem outra não analítica, não simplificadora, não explicativa.
Isso tudo não diz respeito ao destino, não implica em desistência do aprendizado e das tarefas da vida. O destino está a cargo de Deuses que foram para uma festa, não voltaram e parecem nem se lembar mais da nossa existência. Isso tudo diz respeito a diálogo, a encontro, a nomear coisas, compartilhar assuntos...
Mas ter que enfrentar todas as tempestades de ser sozinhos, ventos, redemoinhos, abismos ... e ainda não saber...
Não que a parte de cima seja poesia mas a citação que o acompanha é de Zigmund Bauman:
""Claude Lévi-Strauss, o maior antropólogo cultural de nosso tempo, sugeriu em tristes trópicos que apenas duas estratégias foram utilizadas. na história humana quando a necessidade de enfrentar a alteridade dos outros surgiu: uma era a antropoêmica, a outra, a antropofágica.
A primeira estratégia consiste em "vomitar': cuspir os outros vistos como incuravelmente estranhos e alheios: impedir o contato físico, o diálogo, a interação social e todas as variedades de commercium, comensalidade e connubium As variantes extremas da estratégia "êmica" são hoje, como sempre, o encarceramento, a deportação e o assassinato. As formas elevadas, "refinadas" (modernizadas) da estratégia "êmica" são a separação espacial, os guetos urbanos, o acesso seletivo a espaços e o impedimento seletivo
a seu uso.
A segunda estratégia consiste numa soi-disant "desalienação" das substâncias alheias: "ingerir': "devorar" corpos e espíritos estranhos de modo a fazê-los, pelo metabolismo, idênticos aos cor- pos que os ingerem, e portanto não distinguíveis deles. Essa estratégia também assumiu ampla gama de formas: do canibalismo à assimilação forçada -cruzadas culturais, guerras declaradas contra costumes locais, contra calendários, cultos, dialetos e outros "preconceitos" e "superstições” Se a primeira estratégia visava ao exílio ou aniquilação dos "outros': a segunda visava à suspensão ou aniquilação de sua alteridade.
""
Trecho extraído do livro BAUMAN, Zygmund. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2001, p. 115-16