“(...). Ao escrevermos, como evitar que escrevemos sobre aquilo que não sabemos, ou que sabemos mal? É necessariamente nesse ponto que imaginamos ter algo a dizer. Só escrevemos na extremidade de nosso próprio saber, nessa ponta extrema que separa nosso saber e nossa ignorância e que transforma um no outro. É só deste modo que somos determinados a escrever. Suprir a ignorância é transferir a escrita para depois ou, antes, torná-la impossível. Talvez tenhamos aí, entre a escrita e a ignorância, uma relação ainda mais ameaçadora que a relação entre a escrita e a morte, entre a escrita e o silêncio. Falamos, pois de ciência, mas de uma maneira que infelizmente, sentimos não ser científica.” Gilles Deleuze em “Diferença e repetição”.
julho 14, 2021
julho 07, 2021
... para cuidar das nossas feridas, ao mesmo tempo aprendendo a não ferir os outros de Rebecca Solnit
"Outras épocas e outras culturas costumavam fazer perguntas diferentes das que fazemos agora: o que de mais significativo você pode fazer com sua vida? Qual é sua contribuição para o mundo ou para sua comunidade? Você vive de acordo com os seus princípios? Qual será seu legado? O que significa sua vida? Talvez a nossa obsessão pela felicidade seja uma maneira de não responder a essas outras perguntas, uma maneira de ignorar a amplitude que as nossas vidas podem ter, o resultado que o nosso trabalho pode trazer, a abrangência que o nosso amor pode alcançar. Há um paradoxo no cerne da questão da felicidade.
“Algum de vocês já foi ferido pela humanidade?”.
"Riram comigo; naquele momento, percebemos que todos tínhamos as nossas esquisitices, estávamos todos no mesmo barco, e que é para isso mesmo — para cuidar das nossas feridas, ao mesmo tempo aprendendo a não ferir os outros — que estamos aqui.
"E também pelo amor, que vem sob inúmeras formas e pode ser dirigido a inúmeras coisas. Há muitas perguntas na vida que vale a pena fazer, mas talvez, se formos sábios, nós possamos entender que nem toda pergunta precisa de resposta."
"A mãe de todas as perguntas: Reflexões sobre os novos feminismos" de Rebecca Solnit, Denise Bottmann tradutora