“(...). Ao escrevermos, como evitar que escrevemos sobre aquilo que não sabemos, ou que sabemos mal? É necessariamente nesse ponto que imaginamos ter algo a dizer. Só escrevemos na extremidade de nosso próprio saber, nessa ponta extrema que separa nosso saber e nossa ignorância e que transforma um no outro. É só deste modo que somos determinados a escrever. Suprir a ignorância é transferir a escrita para depois ou, antes, torná-la impossível. Talvez tenhamos aí, entre a escrita e a ignorância, uma relação ainda mais ameaçadora que a relação entre a escrita e a morte, entre a escrita e o silêncio. Falamos, pois de ciência, mas de uma maneira que infelizmente, sentimos não ser científica.” Gilles Deleuze em “Diferença e repetição”.
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