O corpo fala por meio dos sintomas. A obesidade é uma forma de resolver o vazio da existência ocupando espaço, anorexia é uma forma de reação ao mesmo vazio auto-devorando-se. O medo do contato é medo do contágio, a inércia é medo do movimento da vida, a imobilidade é o temor de perder os devires (nada mal). E há as cascas daqueles que temem separações ou sofrimentos e não deixam que se aproximem deles ou daqueles arrogantes que vivem para si mesmos.
O modo como aparecem na face as marcas é um lento congelamento das emoções ou expressões recorrentes. Quando era pequena Mariana me desenhava sempre com um sorriso largo e cheia de buracos, na época minha analista (lacaniana) me disse que ela via minhas feridas (emocionais). O corpo não mente, ainda bem que nem todo mundo consegue ler estas marcas do corpo. Senão a vida social ficaria impossível. Por outro lado, há alguns que sacam tudo, e quando eles colocam o espelho na nossa cara, nossa auto-imagem desmonta. Eu sou esta? Não era bem assim que eu me via.
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