dezembro 18, 2014

Longe

Quem sou eu: um conjunto de obstinações, compulsões, uma objetividade extremada, para mim o alvo é muito claro, o que almejo é muito claro. Ninguém fez isso por mim, eu mesma fiz. E eu quero mesmo isso (não vou dizer ainda o que). Mas são muitos os obstáculos à frente, que eu mesma coloco, concordo, porém, com a ajuda de alguns sabotadores amigos e inimigos. Há um texto de Charles Bukowski: Toda a minha vida tem sido uma questão de lutar por uma simples hora para fazer o que eu quero fazer. Tem sempre alguma coisa que atrapalha a minha chegada a mim mesmo.”
Sou também uma pessoa que coloca o amor no lugar errado, talvez, eu “não tenha amado” quase ninguém. Nossa! me perdi!.

Quem sou eu? O que venho fazendo? Como é meu modo de agir? Como me movo entre os vivos? Como faço para me tornar o que tenho sido? O que eu quero de verdade?

Escrever é diferente de pensar, pensar tem sido bom. Encarar-me não é tão bom. 
Está uma bagunça comigo, desorganizado mesmo. Escrever coloca ordem nas coisas projetivamente, o que é bom, mas é meio ficção, demasiado projeto, demasiado desejo, preciso ir à carne crua da minha vida. Por isso, apenas pensar tem sido melhor...


dezembro 17, 2014

Muzak - Jovens Ateus

Drop dead 2014_1



Comecei este ano aplicando procedimentos de planejamento estratégico à minha vida, e cheguei a três focos: organização, parcerias e ação.
Escrevi na parede, mas fiquei um pouco constrangida com as palavras “tão planejamento estratégico”, e tentei sobreescrever significados, explicações. Uma frase dessas é: “eu sou cheio de querer” (dos Racionais MC). Outras palavras: diligência, “cuide-se bem”, disposição, movimento.
Eu tentei realizar meus focos? É minha pergunta de fim de ano.
Passei o ano brigando para fugir de compromissos e trabalhos que me delegavam muito além do que meu patrão já me delega – muitas pessoas esquecem, eu já tenho patrão – passei o ano escapando de projetos comigo por parte de outros que não eram meus projetos. Ainda fiz coisas para outros além de minhas forças. Isso cansou demasiadamente.
Viajei pouco, não sai quase nada, não fui ao cinema, não passei, encontrei pouco com amigos, meus poucos amigos, escrevi pouco, estudei muito, li bastante, mais do que no ano passado. Reeencontrei velhos livros: os beatnicks, eu me desencantei de Kerouac um pouco –só um pouco, me encantei com Ginsberg. Ouvi mais do que antes, ainda falei mais do que devia, encontrei preciosos momentos de silêncio, não meditei. Encontrei sim novos parceiros (exigentes). Briguei novamente por quem não merecia nessa edição de eleição, mas definitivamente briguei contra inimigos meus. No fim me vi com alguma identidade que já estava aqui: é nela que habito, nela é meu lugar, carrego comigo para onde vou, diria a mulher canhota. Enfim me vi numa identidade que quase gosto, quase. Enfim ela quase me define. Quase quase quase..
A nova pergunta é: dá pra deixar de ser um pássaro depenado, e cantar publicamente sem levar bicada? Se me deixam cantar! Tais metáforas não vou explicar, tem relação com uma fala de uma personagem, a personagem objeto do filme canadense chamado “o segredo do quarto branco”. São metáforas muito concretas, muito remotas, mais antigas do que o filme: Bird, “voar é com os pássaros”...
Um texto já encontrado, sem ter se dado conta: a desorganização de G. H (personagem de Clarisse Lispector), queria não temer nem ordem nem caos, temo mais a ordem: Deus, não temo a punição, temo a própria ordem divina.

setembro 27, 2014

É possível se sentir saciado com um alimentação 100% vegetal? Absolutamente, totalmente, 100% possível. Eu nunca tive problemas de saciedade, nem mesmo no início do meu veganismo, por isso levei algum tempo pra entender porque tantas pessoas estavam reclamando da fome de ogro que as acompanham desde que elas disseram adeus aos produtos de origem animal. Mas quando comecei a perguntar o que essas pessoas estavam comendo no dia-a-dia, o mistério se resolveu. Antes de declarar que só produtos de origem animal são capazes de matar a sua fome, é bom dar uma olhada na maneira como você se alimenta. Percebi que pessoas que adotaram uma dieta vegetariana/vegana e que reclamam da fome constante estão fazendo os mesmos erros. As razões mais comuns pra fome de ogro dos vegs são as seguintes:Como se sentir saciado com uma alimentação 100% vegetal // Papacapim

Como se sentir saciado com uma alimentação 100% vegetal // Papacapim

É possível se sentir saciado com um alimentação 100% vegetal?
"Absolutamente, totalmente, 100% possível. Eu nunca tive problemas de saciedade, nem mesmo no início do meu veganismo,
por isso levei algum tempo pra entender porque tantas pessoas estavam
reclamando da fome de ogro que as acompanham desde que elas disseram
adeus aos produtos de origem animal. Mas quando comecei a perguntar o
que essas pessoas estavam comendo no dia-a-dia, o mistério se resolveu.
Antes de declarar que só produtos de
origem animal são capazes de matar a sua fome, é bom dar uma olhada na
maneira como você se alimenta. Percebi que pessoas que adotaram uma dieta
vegetariana/vegana e que reclamam da fome constante estão fazendo os
mesmos erros. As razões mais comuns pra fome de ogro dos vegs são as
seguintes": VER NO LINK DO SITE Papa Capim
 


agosto 17, 2014

Frédéric Gros: A ética da obediência FRÉDÉRIC GROS*

Frédéric Gros: A ética da obediência 

Carrascos de ontem e torturadores de hoje alegam apenas seguir ordens, diz filósofo francês


 A violência se alimenta de grandes paixões negativas: o ódio, a frustração, o medo, a crueldade... Ora, o século XX, particularmente, foi o palco de violências inusitadas. Pense-se primeiro nos dois conflitos mundiais cujas intensidades e formas foram tão singulares que representam, para os historiadores, verdadeiras rupturas na História, a ponto de haver necessidade de construir categorias novas como as de “guerra total” ou de “guerra civil mundial”. Para além mesmo das guerras, o século XX fez as experiências dos regimes totalitários, que igualmente representam rupturas fortes na história das violências políticas.

Grande parte da monstruosidade do regime nazista provém da frieza administrativa com que se decidiu eliminar um povo inteiro. A destruição dos judeus da Europa, maciça, metódica, fez surgir na consciência moral, porém, um enigma, que Hannah Arendt tentará problematizar ao falar da “banalidade do mal” por ocasião do processo Eichmann (enigma que, aliás, ressurgiu há poucos anos, no momento do processo Duch [torturador-chefe do regime do Khmer vermelho] no Camboja). Arendt procura saber se a efetividade de massacres não pode se alimentar também de disposições éticas como a docilidade e a obediência. Será que há necessidade apenas de pessoas cruéis para praticar genocídios, organizar sessões de tortura, aterrorizar populações?

É uma interrogação terrível e cuja importância para a nossa época é decisiva. De fato, os carrascos de ontem e os torturadores de hoje se apresentam diante dos tribunais dos homens, e talvez até diante de sua própria consciência, declarando que afinal não fizeram outra coisa senão obedecer a ordens. Tudo se passa como se o fato de obedecer desresponsabilizasse totalmente os atores, e que, sem ser particularmente cruel ou movido por ódio, qualquer um pode fazer sofrer a seu próximo coisas atrozes simplesmente ao obedecer.

Pensadores como Hannah Arendt e Michel Foucault chegaram a essa amarga constatação: após se descrever a perfeição atroz dos sistemas totalitários ou dos infernos disciplinares dos séculos XIX e XX, é preciso ainda explicar o que os tornou aceitáveis nos sujeitos. Assim, trata-se de problematizar as grandes formas de obediência, a fim de compreender quais delas permitem aos sujeitos aceitar participar ativamente das violências políticas. Mas será preciso evocar também as formas de desobediência que se recusam a isso. Três grandes conceitos foram elaborados pelo pensamento político: a submissão, o consentimento e a obrigação. É preciso, enfim, mostrar como, a cada vez, se alojam nessas noções possibilidades de resistência.

*Frédéric Gros é professor da Universidade Paris-Est Créteil (UPEC), autor de livros sobre psquiatria e filosofia penal e editor dos últimos cursos de Michel Foucault no Collège de France



Read more: http://oglobo.globo.com/cultura/livros/frederic-gros-etica-da-obediencia-13619610#ixzz3Ahljnf9o

julho 26, 2014

poemas para musas públicas identificadas 01 de Tavinho Paes

poemas para musas públicas identificadas 01
SININHO NÃO VAI SAIR NA PLAYBOY
...mas não vai deixar barato nem se vingar
taxada de líder da baderna dos black blocs
comendo e cuspindo no prato
tipo Janis Joplin com Serguei, em Copacabana
...Brigitte Bardot, em Búzios, no verão de 64!
SININHO VAI SAIR NA TV GLOBO
...mas não vai deixar barato nem vai sair de graça
o cachê só recebe se entrar com processo
daqueles que chamam de longo e moroso
Direito da Personalidade - o novo desafio forense
uso de imagem em material jornalístico duvidoso
SININHO PODE SAIR NA MANGUEIRA
... não vai deixar de ser um barato
na ala dela, a fantasia cada um escolhe
e sai desfilando sem nenhuma pressa
dança conforme a música e interage com ela
o samba dela não atravessa
SININHO VAI SAIR de BANGU 1
...mas não vai deixar barato
avaliaram mal os arquivos que tinham dela
escolheram a amostra de dados como curadores de arte
de libertária passou a ser uma prisioneira
de manifestante estudante virou líder de gang
só faltou chamarem ela de fofoqueira
"...os caras viram fotos e videos ninjas..."
os caras viram tudo que quiseram!
mas não viram namorado nem namorada
logo, os caras não viram foi nada!
num cardume, seguiram uma pista
erraram na avaliação do anzol
perderam a isca
viram sua performance de Golda Meir
acharam que ela estava desafiando o islão
olhando a tropa de frente com os pés no chão
agiram como agem os bobos
a matricularam na cadeia alimentar dos lobos
capa na Veja, novela na Globo
classificavam sua periculosidade como sendo do Mal
mas viram como se sentia nas confusões das ruas
e perceberam que ela se sentia normal!
não tiveram nem curiosidade
de avaliar seu mapa astral
os caras não viram nada!
SININHO VAI SAIR POR AÍ
e não vai deixar de fazer seu carnaval
já sabe a diferença que faz ser ilegal
igual a chinês enfrentando um tanque
a caminho da Praça da Paz Celestial
SININHO VAI SAIR NO JORNAL!

junho 26, 2014

Para filósofa, a tática zapatista organizou a raiva e reinventou a política da vida

Para filósofa, a tática zapatista organizou a raiva e reinventou a política da vida
Por Beatriz Preciado, no Télam
via revista forum

No último 25 de maio, o subcomandante Marcos enviou uma carta aberta ao mundo anunciando a morte do personagem Marcos, que foi construído para servir de suporte midiático e voz enunciadora do projeto revolucionário de Chiapas.
“Estas são as minhas palavras em público antes de deixar de existir”, o mesmo comunicado anunciava o nascimento do subcomandante Galeano, o nome do companheiro José Luis Solís Galeano, assassinado por paramilitares no dia 2 de maio.
“É necessário que um de nós morra, para que Galeano viva. E, para que essa impertinente morte seja satisfatória, no lugar de Galeano coloquemos outro nome, para ele viva e a morte se torne uma nova vida, não apenas um nome, nem letras esvaziadas de sentido, mas sim uma história de vida”.
Sabemos, por sua vez, que José Luis Solís havia tomado o seu nome do escritor de “As veias abertas da América Latina”. O subcomandante, que sempre caminhou a milhas de distância dos velhos ególatras do pós-estruturalismo francês, opera em um domínio da produção política da morte do autor que Barthes anunciou em texto.
Nos últimos anos, os Zapatistas construíram uma opção séria frente às (fracassadas) opções necropolíticas (políticas da morte) do neoliberalismo, mas também frente ao comunismo. O Zapatismo, como nenhum outro movimento, está inventando uma metodologia política para organizar a raiva. E reinventar a vida.
A partir de 1994, o ELNZ concebe, através do subcomandante Marcos, uma nova maneira de fazer política descolonial para o século XXI afastando-se do tratado e das teses eclesiásticas para atuar na cultura oral-digital-tecno-indígena que sussurra nas redes através de rituais, cartas, mensagens, relatos e parábolas.
Aqui está uma das técnicas centrais de produção de subjetividade política que nos têm ensinado os zapatistas: desprivatizar o nome próprio com o nome prestado e desfazer a ficção individualista do rosto com a balaclava (gorro).
Não tão longe do subcomandante, existe outro espaço político onde se desafia com a mesma força teatral e xamânica a estabilidade do nome próprio e a verdade do rosto como único referente da identidade pessoal: as culturas transexuais, transgênero, drag king e drag queen.
Toda pessoa trans tem (ou teve) dois ou mais nomes próprios. Aquele que foi designado na hora do nascimento, cujo nome a cultura a dominante bucou normalizá-lo e o nome que assina no inpício do processo de subjetivação dissidente. Os nomes trans não indicam o pertencimento a outro sexo, mas denotam um processo de de-identificação.
O subcomandante Marcos, que parece ter aprendido com o escritor mexicano Carlos Monsiváis que a barba viril de Fidel, era na verdade um personagem drag king: a construção intencional de uma ficção de masculinidade (o herói e a voz do rebelde) através de técnicas performativas. Um emblema revolucionário sem rosto nem ego: feito de palavras e sonhos coletivos, construído com uma balaclava.
O nome emprestado, assim como a balaclava, é uma máscara paródica que denuncia as máscaras que cobrem os rostos da corrupção política e da hegemonia. Por que a balaclava causa tanto escândalo? Por um acaso, a sociedade mexicana está pronta para retirar a sua máscara? Com o rosto coberto pela balaclava, o nome próprio é desfeito e coletivizado.
Entre os zapatistas, os nomes emprestados e as balaclavas funcionam da mesma maneira que o segundo nome utilizado pelas transexuais, a peruca drag, o bigode, enfim, são signos intencionais e hiperbólicos de uma travestilidade político-sexual, mas são também armas queer-indígenas que permitem enfrentar a estética neoliberal. E isso acontece não a partir do verdadeiro sexo ou do autêntico nome: mas sim através da construção de uma ficção viva que resiste a norma.
Os experimentos zapatistas, queer e trans no convidam para a desprivatização do rosto e do nome, para fazer do corpo da multidão o agente coletivo da revolução. Permito-me desta modesta tribuna responder ao subcomandante Galeano dizendo-lhe que a partir de agora me afirmarei com o meu nome trans: Beatriz Marcos Preciado. Reconhecendo a força performativa da ficção que os zapatistas criaram e fazendo-a vive em uma Europa que se decompõe e para que a realidade zapatista seja de fato.

junho 11, 2014

Fernando Pessoa é muitos, todos portugueses, um camponês, um amante, um vira-lata, outros navegadores, conquistadores, todos anti-comunistas. Proclamou por abrir muitas janelas mas seus antepassados, que uniram o mundo num só, fecharam as portas de muitos paraísos. Enfim depois de anos de leitura devolvo Fernando Pessoa à Portugal, fico ainda com o poema da porrada, com as janelas abertas, fico com o fado, o cravo e Saramago.
receita
A delightful quiche – child friendly, full of flavour and extra nutritious with its sublime filling and great crust.  This is ideal to take with you cold to the beach or on a picnic.  Or serve warm at home with your favourite salad – either way, you will love it and it’s almost impossible to tell it is vegan and totally cholesterol-free.  Enjoy this any time of year – also feel free to vary and change the veggies you use to include other favourites.

Serves 6

INGREDIENTS FOR THE FILLING
1 x 349g pack firm silken tofu
¾ ball of my mozzarella (or 1 cup of melting cheese)
1 large leek
1 long zucchini cut into small pieces
1 cup of frozen spinach (thawed)
olive oil
salt to taste
½ cup my parmesan cheese (¾ of a block)
1/8 cup soya milk
1/8 tsp turmeric
¼ tsp xanthan gum (available in the US from here, or the UK from here)
3 Tbsp raw almond flakes

INGREDIENTS FOR THE PASTRY
1 cup wholemeal flour
½ cup quinoa flour
½ cup brown rice flour
½ cup oat flour
½ cup vegan margarine
½ cup coconut oil
4-6 Tbsp cold water
Slide2
METHOD
  1. Fry your zucchini/courgette until a little golden, then throw in the leeks, and stir until transparent. Then set aside.
  2. Now go and make your pie crust/dough – place all the ingredients except for the water in your food processor, and process until a ball is formed.  Now add the water – if it’s too thin, add more flour, or if too thick, a little more water.  When a ball has formed, your crust is ready.  Remove it and place it in the fridge – cover it first with a dusting of flour, and let it rest for 10 minutes in the fridge.
  3. Now process the tofu in your food processor, add in the ‘parmesan cheese’, the soya milk and the turmeric, and whizz until very thick but creamy. Then add your spinach and pulse for a few seconds until it’s incorporated into the mix, but don’t over process it, otherwise you will end up with a green thick mush, and you don’t want that.
  4. Bring your pastry out of the fridge, dust a work surface with flour, and slightly roll out the pastry.
  5. Meanwhile, preheat your oven to 355ºF (180ºC).  Then grease a suitable oven-proof quiche tray (mine was 15cm x 4cm), and place your rolled out pastry in the centre of it. Using clean dry hands, gently knead the pastry down with the palms of your hands, stretching it towards the sides – manipulate it gently, so that you can cover the base and the sides.
  6. Next lay the mozzarella over the pastry base as best you can, then do the same with the veggies.  Now spoon on the tofu, cheese and spinach mix from your processor, and even it out with the back of a large spoon.
  7. Finally sprinkle on more grated cheese, and garnish with the almonds.
  8. Place in your preheated oven for 40 minutes, or until it’s all wonderfully golden on top.
  9. This quiche cuts better the next day.  But if you are eating it the same day, allow at least 15-20 minutes before cutting and serving.  Enjoy !

março 12, 2014

Comer, ato revolucionário? | Blog coletivo Outras Palavras

Comer, ato revolucionário? | Blog coletivo Outras Palavras



Refletir sobre o que nos alimenta pode nos levar a rebeldias como
reforma agrária, mercados de agricultores, jardins operários, “slow
food”, permacultura e agricultura florestal



Por Satish Kumar | Tradução Josemar Vidal Jr., editor de Tautologia Total


A comida é um microcosmo de um macrocosmo. Comer alimentos
apropriados é parte da solução de problemas como as mudanças climáticas e
a fome no mundo. Na tradição cristã, festejar no Natal e jejuar na
Quaresma são símbolos significantes da relação estreita entre as pessoas
e os alimentos, entre liberdade e comedimento, entre celebração e
solitude.


Mas festejar e jejuar não são opostos: são complementares. Quando nós
praticamos a liberdade de um banquete e somos pessoas habituadas à
pratica do jejum, muito provavelmente vamos aproveitar a festa sem
abusos.Jejuar é uma grande habilidade.
Quando, no romance de Herman Hesse, a bela cortesã Ka­mala pergunta a
Siddhartha quais eram as suas qualidades para conquistar o seu amor,
Siddhartha responde: “Pensar, esperar, jejuar”. Infelizmente, no mundo
moderno, muitos de nós não sabem como esperar, como jejuar, ou, ainda,
como banquetear.


Nós vivemos no mundo da comida congelada, junk food e pratos
prontos. Esse é o mundo da produção em massa, dos empacotados e das
redes de comercialização de alimentos. Esse é o mundo onde os
conhecimentos e as técnicas de produzir comida foram esquecidos, e a
arte de cozinhar é desvalorizada; onde o prazer de preparar as refeições
em companhia é diminuído. Nós perdemos o controle das origens dos
alimentos. Muitos não sabem dizer poucas palavras sobre como a comida é
semeada, distribuída, tarifada, ou mesmo como é preparada.


O acesso à comida deveria ser um direito fundamental do ser humano, o
alimento é um presente da natureza a todos. Alimentar as pessoas e
todos os seres vivos é algo intrínseco à vida, à existência, mas,
infelizmente, a comida tornou-se produto comercial e já não esta
disponível à todos igualmente. O objetivo primeiro dos que trabalham com
negócios alimentícios é fazer dinheiro, alimentar as pessoas se tornou
algo secundário. Não admira vermos múltiplas crises, tais como o
crescimento do custo dos alimentos, crescimento da obesidade, junto à
malnutrição e fome.


O grande desafio com o qual precisamos nos deparar é percebermos o
principal objetivo dos sistemas alimentares, que é suster a vida. A
principal responsabilidade dos governos e dos homens de negócios é
desenvolver políticas e práticas que atendam às necessidades alimentares
de todos, em todo o mundo, ao mesmo tempo em que garantam a integridade
e a sustentabilidade do planeta terra em si.


Cultivar, preparar e comer boa comida é um imperativo ecológico, e,
como Thomas Morus muito bem pontua, a comida é mais do que apenas o
combustível para o corpo; ela é fonte para a nossa nutrição espiritual,
social, cultural e física.


As pessoas perguntam: “O que eu posso fazer para combater o
aquecimento global, a degradação ambiental e as injustiças sociais?” A
resposta dada por Thomas Morus e outros escritores é: “Vamos começar
pela comida: vamos comer alimentos locais, orgânicos, sazonais e
deliciosos. Vamos lidar com os alimentos com as nossas próprias mãos, e
não deixar a sua produção apenas nas mãos das corporações.”


O ato de comer o alimento apropriado é parte da solução dos problemas
de aquecimento global e fome. A comida é um microcosmo de um
macrocosmo. Quando nós observamos as movimentações econômicas por trás
dos alimentos vemos imediatamente a influência das corporações
multinacionais, que transformam comida em produto, onde, da engenharia
genética das sementes ao cultivo, o controle passou do homem do campo e
dos agricultores para administradores e engenheiros. Se nos preocupamos
com a agricultura industrial, agronegócio, terras cultiváveis, erosão do
solo, crueldade com os animais, fast foodsfatty (gordurosas) foods, ou ainda, “não-foods“,
temos que olhar para o nosso prato e o que esta nele. A comida em nossa
dispensa e na nossa cozinha esta conectada com as mudanças climáticas,
com a pobreza, bem como com a nossa própria saúde.


Uma reflexão profunda sobre o que comemos pode nos levar à reforma agrária, mercados de agricultores, Jardins OperáriosSlow Food, comida artesanal, permacultura,
agricultura florestal e muito mais. Nós devemos transformar nossa
relação com a comida como um primeiro passo em direção às transformações
sociais, econômicas e políticas. O pessoal e o político são dois lados
da mesma moeda, nós não podemos manifestar um sem o outro. Quando nós
começamos no plano pessoal e caminhamos em direção ao político, então há
integridade no que falamos, fazemos e pedimos para que os outros façam.
É claro que não podemos parar na vida pessoal. Nós precismos nos
comunicar, organizar e construir um movimento popular que pressione
governos e empresas a efetuarem mudanças.


Será que estamos prontos pra “por a mão na terra”? Temos tempo para
assar nosso próprio pão e compartilhar nossas refeições em companhias
agradáveis? Se nós não temos tempo para cozinhar e comer adequadamente,
então nós não temos tempo para viver. Como Molière disse: “É boa comida,
não boas palavras que me mantem vivo”.




*Satish Kumar é fundador e diretor do Instituo Schumacher e reconhecido como um pilar da militância pacifista.

março 03, 2014

Cerrar los Ojos, Lisandro Aristimuño en el jardín...

Te vi

Te vi juntabas margaritas del mantel
Yo se que te trate bastante mal
No se si eras un angel o un rubi o simplemente te vi
Te vi saliste entre la gente a saludar
Los astros se rieron otra vez
La llave de mandala se quebró
O simplemente te vi
Todo lo que vi está demás
Las luces siempre encienden en el alma
Y cuando me pierdo en la ciudad
Vos ya sabes comprender
Que es solo un rato no más
Tendría que llorar
O salir a matar
Te vi te vi te vi
Yo no buscaba a nadie y te vi
Te vi fumabas unos chinos en madrid
Hay cosas que te ayudan a vivir
No hacias otra cosa que escribir
Yo simplemente te vi
Me fui
Me voy de ves en cuando
A algun lugar
Ya se no te hace gracia este país
Tenias un vestido y un amor
Yo simplemente te vi
Todo lo que digas esta de mas
Todas las luyces encienden en alma
Y cuando me pierdo
En la ciudad
Vos ya sabes comprender
Que solo un rato no más
Tendría que llorar
O salir a matar
Te vi te vi te vi
Yo no buscaba a nadie y te vi
Te vi te vi te vi
Yo no buscaba a nadie y te vi!!
Esta es la primera letra que subo
Asique mis disculpas a los fanaticos
x favor corrijanla

janeiro 16, 2014

a águia_renovação

A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver cerca de 70 anos. Porém, para chegar a essa idade, aos 40 anos, ela precisa tomar uma séria e difícil decisão. Aos 40 anos, suas unhas estão compridas e flexíveis e já não conseguem mais agarrar as presas, das quais se alimenta.O bico, alongado e pontiagudo, se curva. Apontando contra o peito, estão as asas, envelhecidas e pesadas, em função da grossura das penas, e, voar, aos 40 anos, já é bem difícil! Nessa situação a águia só tem duas alternativas: deixar-se morrer... ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar 150 dias. Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e lá recolher-se, em um ninho que esteja próximo a um paredão.Um lugar de onde, para retornar, ela necessite dar um vôo firme e pleno.Ao encontrar esse lugar, a águia começa a bater o bico contra a parede até conseguir arrancá-lo, enfrentando, corajosamente, a dor que essa atitude acarreta. Espera nascer um novo bico, com o qual irá arrancar as suas velhas unhas.Com as novas unhas ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses, "renascida", sai para o famoso vôo de renovação, para viver, então, por mais 30 anos. Muitas vezes, em nossas vidas, temos que nos resguardar, por algum tempo, e começar um processo de renovação. Devemos nos desprender das (más) lembranças, (maus) costumes, e, outras situações que nos causam dissabores, para que continuemos a voar. Um vôo de vitória. Somente quando livres do peso do passado (pesado), poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz. Destrua, pois, o bico do ressentimento, arranque as o bico do ressentimento, arranque as unhas do medo, retire as penas das suas asas dos maus pensamentos e alce um lindo vôo para uma nova vida. Um vôo de vida nova e feliz.

janeiro 05, 2014

sobre gatos_aprender com eles

O Gato e a Espiritualidade. Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não topa o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Ele vê além, por dentro e pelo avesso. Relaciona-se com a essência. Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende do afago. A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso, quando surge nele um ato de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado. É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento. O homem não sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem. Se há desarmonia real ou latente, o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode, ele que enfrenta a própria solidão de maneira muito mais valente que nós. Nada diz, não reclama. Afasta-se. Quem não o sabe "ler" pensa que "ele" não está ali. Presente ou ausente, ele ensina e manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, ele está comunicando códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir. O gato vê mais e vê dentro e além de nós. Relaciona-se com fluídos, auras, fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente a nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. O gato é um monge silencioso, meditativo e sábio monge, a nos devolver as perguntas medrosas esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já conhecido e trilhado. O gato sempre responde com uma nova questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e de novas inter-relações, infinitas, entre as coisas. O gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. Suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega, atenção. Desatentos não agradam os gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precise de promoção ou explicação quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências. Ninguém em toda natureza aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato! Lição de sono e de musculação, o gato nos ensina todas as posições de respiração ioga. Ensina a dormir com entrega total e diluição recuperante no Cosmos. Ensina a espreguiçar-se com a massagem mais completa em todos os músculos, preparando-os para a ação imediata. Se os preparadores físicos aprendessem o aquecimento do gato, os jogadores reservas não levariam tanto tempo (quase 15 minutos) se aquecendo para entrar em campo. O gato sai do sono para o máximo de ação, tensão e elasticidade num segundo. Conhece o desempenho preciso e milimétrico de cada parte do seu corpo, a qual ama e preserva como a um templo. Lição de saúde sexual e sensualidade. Lição de envolvimento amoroso com dedicação integral de vários dias. Lição de organização familiar e de definição de espaço próprio e território pessoal. Lição de anatomia, equilíbrio, desempenho muscular. Lição de salto. Lição de silêncio. Lição de descanso. Lição de introversão. Lição de contato com o mistério, com o escuro, com a sombra. Lição de religiosidade sem ícones. Lição de alimentação e requinte. Lição de bom gosto e senso de oportunidade. Lição de vida, enfim, a mais completa, diária, silenciosa, educada, sem cobranças, sem veemências, sem exigências. O gato é uma chance de interiorização e sabedoria, posta pelo mistério à disposição do homem." O gato é um animal que tem muito quartzo na glândula pineal, é portanto um transmutador de energia e um animal útil para cura, pois capta a energia ruim do ambiente e transforma em energia boa, -- normalmente onde o gato deita com frequência, significa que não tem boa energia-- caso o animal comece a deitar em alguma parte de nosso corpo de forma insistente, é sinal de que aquele órgão ou membro está doente ou prestes a adoecer, pois o bicho já percebeu a energia ruim no referido órgão e então ele escolhe deitar nesta parte do corpo para limpar a energia ruim que tem ali. Observe que do mesmo jeito que o gato deita em determinado lugar, ele sai de repente, poi ele sente que já limpou a energia do local e não precisa mais dele. O amor do gato pelo dono é de desapego, pois enquanto precisa ele está por perto, quando não, ele se a afasta. No Egito dos faraós, o gato era adorado na figura da deusa Bastet, representada comumente com corpo de mulher e cabeça de gata. Esta bela deusa era o símbolo da luz, do calor e da energia. Era também o símbolo da lua, e acreditava-se que tinha o poder de fertilizar a terra e os homens, curar doenças e conduzir as almas dos mortos. Nesta época, os gatos eram considerados guardiões do outro mundo, e eram comuns em muitos amuletos. "O gato imortal existe, em algum mundo intermediário entre a vida e a morte, observando e esperando, passivo até o momento em que o espírito humano se torna livre. Então, e somente então, ele irá liderar a alma até seu repouso final." Fonte: The Mythology Of Cats, Gerald & Loretta Hausman via Waldo Motta facebook