dezembro 21, 2006

Consolada

Consolada (De Manuel Bandeira)
"Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
Talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:- Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar"

Fim da moratória
Se a indesejada do poeta chegar para mim.
Vai me encontrar desprevenida;
Entretida na moratória interminável.
Não lhe darei boas vindas nem vou fingir que não vi.
Acontece ao gado todo dia, entro na fila resignada.
Mas a roupa vai ficar por lavar, as contas sem pagar;
as coisas fora do lugar.
Na colheita atrasada, os gafanhotos e larvas grassarão.
Neste tempo quando "nunca se termina nada",
Finalmente vou rir do meu credor
E os encostos vão pesar em outro otário ...

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