junho 26, 2014

Para filósofa, a tática zapatista organizou a raiva e reinventou a política da vida

Para filósofa, a tática zapatista organizou a raiva e reinventou a política da vida
Por Beatriz Preciado, no Télam
via revista forum

No último 25 de maio, o subcomandante Marcos enviou uma carta aberta ao mundo anunciando a morte do personagem Marcos, que foi construído para servir de suporte midiático e voz enunciadora do projeto revolucionário de Chiapas.
“Estas são as minhas palavras em público antes de deixar de existir”, o mesmo comunicado anunciava o nascimento do subcomandante Galeano, o nome do companheiro José Luis Solís Galeano, assassinado por paramilitares no dia 2 de maio.
“É necessário que um de nós morra, para que Galeano viva. E, para que essa impertinente morte seja satisfatória, no lugar de Galeano coloquemos outro nome, para ele viva e a morte se torne uma nova vida, não apenas um nome, nem letras esvaziadas de sentido, mas sim uma história de vida”.
Sabemos, por sua vez, que José Luis Solís havia tomado o seu nome do escritor de “As veias abertas da América Latina”. O subcomandante, que sempre caminhou a milhas de distância dos velhos ególatras do pós-estruturalismo francês, opera em um domínio da produção política da morte do autor que Barthes anunciou em texto.
Nos últimos anos, os Zapatistas construíram uma opção séria frente às (fracassadas) opções necropolíticas (políticas da morte) do neoliberalismo, mas também frente ao comunismo. O Zapatismo, como nenhum outro movimento, está inventando uma metodologia política para organizar a raiva. E reinventar a vida.
A partir de 1994, o ELNZ concebe, através do subcomandante Marcos, uma nova maneira de fazer política descolonial para o século XXI afastando-se do tratado e das teses eclesiásticas para atuar na cultura oral-digital-tecno-indígena que sussurra nas redes através de rituais, cartas, mensagens, relatos e parábolas.
Aqui está uma das técnicas centrais de produção de subjetividade política que nos têm ensinado os zapatistas: desprivatizar o nome próprio com o nome prestado e desfazer a ficção individualista do rosto com a balaclava (gorro).
Não tão longe do subcomandante, existe outro espaço político onde se desafia com a mesma força teatral e xamânica a estabilidade do nome próprio e a verdade do rosto como único referente da identidade pessoal: as culturas transexuais, transgênero, drag king e drag queen.
Toda pessoa trans tem (ou teve) dois ou mais nomes próprios. Aquele que foi designado na hora do nascimento, cujo nome a cultura a dominante bucou normalizá-lo e o nome que assina no inpício do processo de subjetivação dissidente. Os nomes trans não indicam o pertencimento a outro sexo, mas denotam um processo de de-identificação.
O subcomandante Marcos, que parece ter aprendido com o escritor mexicano Carlos Monsiváis que a barba viril de Fidel, era na verdade um personagem drag king: a construção intencional de uma ficção de masculinidade (o herói e a voz do rebelde) através de técnicas performativas. Um emblema revolucionário sem rosto nem ego: feito de palavras e sonhos coletivos, construído com uma balaclava.
O nome emprestado, assim como a balaclava, é uma máscara paródica que denuncia as máscaras que cobrem os rostos da corrupção política e da hegemonia. Por que a balaclava causa tanto escândalo? Por um acaso, a sociedade mexicana está pronta para retirar a sua máscara? Com o rosto coberto pela balaclava, o nome próprio é desfeito e coletivizado.
Entre os zapatistas, os nomes emprestados e as balaclavas funcionam da mesma maneira que o segundo nome utilizado pelas transexuais, a peruca drag, o bigode, enfim, são signos intencionais e hiperbólicos de uma travestilidade político-sexual, mas são também armas queer-indígenas que permitem enfrentar a estética neoliberal. E isso acontece não a partir do verdadeiro sexo ou do autêntico nome: mas sim através da construção de uma ficção viva que resiste a norma.
Os experimentos zapatistas, queer e trans no convidam para a desprivatização do rosto e do nome, para fazer do corpo da multidão o agente coletivo da revolução. Permito-me desta modesta tribuna responder ao subcomandante Galeano dizendo-lhe que a partir de agora me afirmarei com o meu nome trans: Beatriz Marcos Preciado. Reconhecendo a força performativa da ficção que os zapatistas criaram e fazendo-a vive em uma Europa que se decompõe e para que a realidade zapatista seja de fato.

junho 11, 2014

Fernando Pessoa é muitos, todos portugueses, um camponês, um amante, um vira-lata, outros navegadores, conquistadores, todos anti-comunistas. Proclamou por abrir muitas janelas mas seus antepassados, que uniram o mundo num só, fecharam as portas de muitos paraísos. Enfim depois de anos de leitura devolvo Fernando Pessoa à Portugal, fico ainda com o poema da porrada, com as janelas abertas, fico com o fado, o cravo e Saramago.
receita
A delightful quiche – child friendly, full of flavour and extra nutritious with its sublime filling and great crust.  This is ideal to take with you cold to the beach or on a picnic.  Or serve warm at home with your favourite salad – either way, you will love it and it’s almost impossible to tell it is vegan and totally cholesterol-free.  Enjoy this any time of year – also feel free to vary and change the veggies you use to include other favourites.

Serves 6

INGREDIENTS FOR THE FILLING
1 x 349g pack firm silken tofu
¾ ball of my mozzarella (or 1 cup of melting cheese)
1 large leek
1 long zucchini cut into small pieces
1 cup of frozen spinach (thawed)
olive oil
salt to taste
½ cup my parmesan cheese (¾ of a block)
1/8 cup soya milk
1/8 tsp turmeric
¼ tsp xanthan gum (available in the US from here, or the UK from here)
3 Tbsp raw almond flakes

INGREDIENTS FOR THE PASTRY
1 cup wholemeal flour
½ cup quinoa flour
½ cup brown rice flour
½ cup oat flour
½ cup vegan margarine
½ cup coconut oil
4-6 Tbsp cold water
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METHOD
  1. Fry your zucchini/courgette until a little golden, then throw in the leeks, and stir until transparent. Then set aside.
  2. Now go and make your pie crust/dough – place all the ingredients except for the water in your food processor, and process until a ball is formed.  Now add the water – if it’s too thin, add more flour, or if too thick, a little more water.  When a ball has formed, your crust is ready.  Remove it and place it in the fridge – cover it first with a dusting of flour, and let it rest for 10 minutes in the fridge.
  3. Now process the tofu in your food processor, add in the ‘parmesan cheese’, the soya milk and the turmeric, and whizz until very thick but creamy. Then add your spinach and pulse for a few seconds until it’s incorporated into the mix, but don’t over process it, otherwise you will end up with a green thick mush, and you don’t want that.
  4. Bring your pastry out of the fridge, dust a work surface with flour, and slightly roll out the pastry.
  5. Meanwhile, preheat your oven to 355ºF (180ºC).  Then grease a suitable oven-proof quiche tray (mine was 15cm x 4cm), and place your rolled out pastry in the centre of it. Using clean dry hands, gently knead the pastry down with the palms of your hands, stretching it towards the sides – manipulate it gently, so that you can cover the base and the sides.
  6. Next lay the mozzarella over the pastry base as best you can, then do the same with the veggies.  Now spoon on the tofu, cheese and spinach mix from your processor, and even it out with the back of a large spoon.
  7. Finally sprinkle on more grated cheese, and garnish with the almonds.
  8. Place in your preheated oven for 40 minutes, or until it’s all wonderfully golden on top.
  9. This quiche cuts better the next day.  But if you are eating it the same day, allow at least 15-20 minutes before cutting and serving.  Enjoy !